9.5.08

estrelas desorganizadas




caminhar no escuro é automóveis
um cão morto, um saco do lixo
sonhos, ufologia, relicários
cravar cigarros a desconhecidos

emparedados em casa
tomar muitas vezes banho
os astros foram perturbados
ao fim de tantos prédios
esquina pintada de cidade
a morte a ferver na panela

água a escorrer das rochas
o mar de ondas tranquilas
música com silêncios significativos
céu esponjoso, muro branco
gaivotas planam latindo
a lua nasce, finíssima e deitada,
bêbados aos montes, aos gritos
mais que verme, menos que cão
a paisagem desanimada de árvores
passam pessoas muito felizes
largas caminhadas para estafar o desespero

o sol parece forte
mas tem cancro

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois é rapazola, quem diria que além de grande prosador também és poeta (repara que não uso o termo 'poetaço'). Muito bom. Chega? é que não me apetece fazer análise textual, deixo isso para as aulas e para os trabalhos.