19.1.04

isto não foi hoje

um espaço em branco, que não foi quando se escreve, as minhas mãos, o cimento despejado é na aorta, essas bombas coronárias que fluxo, que correr no areal plano, polido de vento, e de chuvas. a correr com o fôlego pneumonias. o torso da serra, deitado na catástrofe, aqui houve um vulcão, de quem está no guincho a ver a serra, vamos ter de morrer outra vez, parece-me. enquanto o vendaval se eleva trapos e plásticos pelos ares. e a maresia resfolega ansiedade, e as ondas gigantes remoinham junto à costa. nada se consegue e é tudo muito triste. apesar de continuar a correr, a fazer jogging, num frio cortante e em céus nietzchianos.

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