3.1.04

e lembra-se das paredes onde costuma investigar se existe tal coisa chamada eternidade, e por isso ouve música alucinatória, contra o eco dos espíritos, através de desertos bordejados por rios com alguma vegetação, linhas férreas que levam à morte, por entre a paisagem branca de neve e a negritude de um céu que se recusa em acreditar. e a água vai escorrendo pelas paredes, cristalina, pura como se esfolasse o ventre no fundo do rio, e as margens cheias de ferrugem e as fábricas que se erguem na paisagem, como deuses doentes, ou então os trilhos por onde caminhámos quando ainda queríamos ir ao encontro do pôr-do-sol,

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