3.8.03

recordação do incêndio

o jardim do fogo, onde as borboletas batem asas até queimar, colunas de fumo sustêm o céu,
um desenlace teatral, com a noite carbonizada, os ossos de fora, a carne incandescente das montanhas, em brasa, a palpitar beleza,
a grandiosidade do terrível descontrolo.
as chamas a subirem, a subirem, chupando o oxigénio todo.
o deus dragão, os espíritos dentro das labaredas,
o obsoluto fascínio por todas as coisas que ardem, essa combustão bela da natureza.

quando há um incêndio pelo menos acontece alguma coisa que se veja.

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