16.8.03

o centro do sangue

(aconteceu tudo exactamente como se acreditasse no que escrevo): há uma galáxia que é o centro do sangue. e estava na praia quando uma estrela cadente que até pensei que alguém atirasse um projéctil. as estrelas eram uma marcha triunfal, para a doença e para a morte. (...) um sonho, forrado a aço, como uma angústia militarista ou uma camisa castanha. uma mesa niilista onde se apoiam os cotovelos esfolados. e eu estava deitado no chão, na praia, de noite, quando o quadro negro se riscou giz com um sinal do céu. e há uma galáxia que é o centro do sangue. um sonho sepultado sob uma laje de betão. o céu mostrou-me que dentro do sangue há um sangue ainda mais profundo.

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