29.7.03

meia noite e meia

meia noite e meia, um frio estepe desce verticalmente por sobre a espiral dos pensamentos, uma escada em espiral, uma torre de menagem, subir como se fossemos a um sótão, a um sítio mágico, a infância dentro de um báu,
atrás dos olhos, uma cortina de sensações falsas, uma película entre o fim do globo ocular e os pensamentos, uma cefaleia, uma perda de altitude, uma apenas saturação de imagens, entre a ficha do nervo óptico e o cansaço epssoal. cabeça pesada. bebi um café porque queria vir para o pé de ti. tou demasiado cheio. até de esperanças. tenho vomitado de vez em quando. demasiado cheio. até demasiado cheio de esperanças.
quero falar contigo, mas como?
a noite da estação de serviço, o vento fresco no tórax, um quarto escuro por trás dos olhos, a poesia toda ali na estante, um ritual indígena, algures no espaço do ar e todo o resto do mundo. um diagrama de insectos. uma cozinha multifuncional, moderna. um capacete nazi a enferrujar. com plantas dentro, fazendo um vaso. as minhas plantas olham pelas janelas lá para fora. ao mesmo tempo o ecossistema, protozoários atrás das orelhas, uma comichão,
a inquietação bebendo o aço é atroz, disseram-me sobre uim verso meu, como é que as pessoas se podem lembrar. seja do que for. quando olhei para cima, ao sair de casa, fiquei encadeado com um holofote solar, branco e cálido, e depois, com dificuldade, comecei a ver os traços das linhas telefónicas, e comecei a pensar que estavamos debaixo de uma rede de pesca, uma membrana de vozes, um ninho onde debaixo da terra as pessoas se criam embriões, três morcegos em forma de pêra, o cosmodromium, o jardim dos arcanos maiores, a previsão do futuro, talvez fosse altura de começar a aprender a lutar, talvezaindanão seja totalmente tarde, talvez ainda se possa,
um círculo na parede, anotações várias, instrumentos musicais espalhados entre as transformações das ideias e o sono, o cansaço vário, multicolor,

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